Gérard Castello-Lopes, Lisboa, 1956 |
19 setembro, 2015
17 setembro, 2015
bronze romano, fragmento de um braço, 100 dc |
Um poema ou uma árvore podem ainda salvar o mundo.
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16 setembro, 2015
Creio nas aparições e no nevoeiro
Creio nas aparições e no nevoeiro,
nas estradas curvas junto dos outeiros.
Creio num mar ao longe que não se vê,
na encruzilhada em forma de escada.
Creio na serra, nos altos, até nas espadas.
Creio na eternidade ligeira de uma escarpa,
e nas árvores que nascem inclinadas.
Creio que tudo tem asas e que o sol não esconde nada.
Creio no regresso das montanhas
Ao precipício feliz do amor verdadeiro.
Frederico Mira George, O Veneno Solitário
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15 setembro, 2015
Emily e Cy
14 setembro, 2015
13 setembro, 2015
Michaël e Frederico, verde e preto
Michaël Borremans, The Hornet, 2008 |
Michaël Borremans, The Angel (detalhe), 2013 |
Não é possível
tê-la avistado. Os múltiplos transeuntes
que
cruzavam a tarde abaixo das arcadas, envidavam
a
tintura d'esta idade e a geografia do calendário: humanais
acatando
a benção de ser desconhecido à minha passagem.
¡E
entre eles, lá estava! Pétrea no vestido púrpura
raso
aos pés; o cabelo nocente; a sombrinha
negra
com castão de prata. Os olhos de vidro verde.
Frederico Mira George, O Veneno Solitário
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12 setembro, 2015
Luís Marrafa - Elogio da dança
As pessoas estão perdidas neste espaço que é o mundo que habitamos, mas não estão conformadas, procuram um caminho no caos. E por vezes há uma luz, um oráculo, que habita, de pé, o palco. ‘Home’, o último trabalho do coreógrafo e bailarino Luís Marrafa, podia ser uma metáfora da ideia de existência e cidadania com que nos confrontamos nos dias de hoje e trabalha sobre este conceito de relação, com os corpos dos outros, com os corpos dos espaços, com a bagagem de memórias e sensações que levamos às costas como casa. Nascido na Alemanha e regressado a Évora em criança, Marrafa vive hoje em Bruxelas, onde dirige a sua própria companhia da dança, após ter passado por Londres. Depois de ‘Home’, apresentado em Junho na Culturgest, Lisboa, Marrafa regressa à capital portuguesa em Setembro para apresentar uma criação anterior, ‘Abstand’, no Centro Cultural de Belém. ‘Abstand’, distância, fala de novo sobrre linguagem e proxémica, sobre comunicação na não-comunicação.
IF YOU WALK THE GALAXY, Cláudia Marques Ramos
IF YOU WALK THE GALAXY, Cláudia Marques Ramos
11 setembro, 2015
10 setembro, 2015
09 setembro, 2015
08 setembro, 2015
Les mots
Les mots qui vont
surgir savent de nous des choses que nous ignorons d’eux.
René Char, Chants
de la Balandrane
07 setembro, 2015
06 setembro, 2015
Vi como um danado
Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a
minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas—a da minha nascença e a da
minha morte.
Entre uma e outra coisa todos os dias são meus.
Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar,
porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um
acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas
diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o
pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria
achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.
Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos
Henri Matisse, The Parakeet and the Mermaid, 1952 |
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05 setembro, 2015
Entretanto celebremos a irrealidade
Entretanto celebremos a irrealidade e o milagre: o homem demonstra a sua existência entrando e saindo das portas obscuras.
Pablo Neruda, Nasci para Nascer, (trad. Eduardo Saló e Mário Dionísio)
Hans Namuth, Jackson Pollock at work in his studio, 1950
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04 setembro, 2015
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