John Coplans, Self Portrait (Hand), 1990 |
27 janeiro, 2016
26 janeiro, 2016
25 janeiro, 2016
Oh, Anni Albers
23 janeiro, 2016
Marlene e Marin
Marlene Dumas, Measuring Your Own Grave, 2008 |
Olha, as coisas
Estão cortadas ao meio,
De um lado elas
Do outro o seu nome.
Estão cortadas ao meio,
De um lado elas
Do outro o seu nome.
Há um vasto espaço entre elas,
Espaço para correr,
Para a vida.
Espaço para correr,
Para a vida.
Olha, tu estás cortado ao meio.
De um lado tu,
Do outro o teu nome.
De um lado tu,
Do outro o teu nome.
Não sentes às vezes ou no sonho
Ou à margem do sonho,
Que na tua fronte
Assentam outros pensamentos,
Sobre as tuas mãos
Outras mãos?
Ou à margem do sonho,
Que na tua fronte
Assentam outros pensamentos,
Sobre as tuas mãos
Outras mãos?
Só por um instante foste compreendido
Fazendo o teu nome
Atravessar o teu corpo,
De um modo sonoro e doloroso,
Como o badalo de bronze
Através do vazio do sino.
Fazendo o teu nome
Atravessar o teu corpo,
De um modo sonoro e doloroso,
Como o badalo de bronze
Através do vazio do sino.
Marin Sorescu (1936- 1996)
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22 janeiro, 2016
Carlos de Oliveira
Odilon Redon, Nature Morte 1905 |
Será da própria condição das coisas serem silenciosas agora?
Carlos de Oliveira, Terra de Harmonia
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19 janeiro, 2016
18 janeiro, 2016
Rui Calçada Bastos
17 janeiro, 2016
o silêncio
15 janeiro, 2016
12 janeiro, 2016
Marina Abramovic e Michael Krüger
Marina Abramovic, The Kitchen (Homage to Saint Therese), 2009 |
Queríamos
surpreender a esperança
quando ela se descontrolasse:
no momento da revolta.
Preparámo-nos para uma grande viagem.
Resguardámo-nos
do frio e do calor.
O farnel
pesava-nos nos ombros:
História, educação,
a capacidade de suportar
o desespero, muita literatura.
Regressámos ontem.
Cansados,
como se pode imaginar,
e cheios de fome.
surpreender a esperança
quando ela se descontrolasse:
no momento da revolta.
Preparámo-nos para uma grande viagem.
Resguardámo-nos
do frio e do calor.
O farnel
pesava-nos nos ombros:
História, educação,
a capacidade de suportar
o desespero, muita literatura.
Regressámos ontem.
Cansados,
como se pode imaginar,
e cheios de fome.
As fotografias
ainda não foram reveladas.
Daremos a conhecer
os resultados.
ainda não foram reveladas.
Daremos a conhecer
os resultados.
De Costas
Para a Janela: Poesia Alemã Contemporânea I - Michael Krüger (trad. João Barrento)
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10 janeiro, 2016
Joaquim e os sais de prata
A Fotografia
1 - Os seiscentos e tantos preceitos dos judeus
bastam para comprar a máquina fotográfica,
mas não podem carregar esse botão
onde o olhar escolhe como ver.
2 - Um dia havia um monte de lixo junto
das bocas de incêndio ciclame e ouro
onde os fumos soterrados de Manhattan
parecem inundar de música o inverno:
eu não tinha o vidro de amor da máquina
para interceder com a minha memória.
3 - Um cristão recolheu o lixo, fez um resto
para um pobrezinho, correu para uma reza solitária
entre algumas flores, um pequeno lago
e as nuvens com aves repousavam no sol.
Como os sais de prata nos deixam escutar.
Joaquim Manuel Magalhães, Os Dias, Pequenos Charcos
1 - Os seiscentos e tantos preceitos dos judeus
bastam para comprar a máquina fotográfica,
mas não podem carregar esse botão
onde o olhar escolhe como ver.
2 - Um dia havia um monte de lixo junto
das bocas de incêndio ciclame e ouro
onde os fumos soterrados de Manhattan
parecem inundar de música o inverno:
eu não tinha o vidro de amor da máquina
para interceder com a minha memória.
3 - Um cristão recolheu o lixo, fez um resto
para um pobrezinho, correu para uma reza solitária
entre algumas flores, um pequeno lago
e as nuvens com aves repousavam no sol.
Como os sais de prata nos deixam escutar.
Joaquim Manuel Magalhães, Os Dias, Pequenos Charcos
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09 janeiro, 2016
Joaquim Manuel Magalhães
Aquela estrela, a sétima
a contar de ti, eras tu
de novo? A dos nomes
escritos na parede
onde rastejam quiméricos
os musgos? Nos telhados
sobre pátios nocturnos?
Joaquim Manuel Magalhães, Os Dias, Pequenos Charcos
( para t., a propósito de estrelas )
a contar de ti, eras tu
de novo? A dos nomes
escritos na parede
onde rastejam quiméricos
os musgos? Nos telhados
sobre pátios nocturnos?
Joaquim Manuel Magalhães, Os Dias, Pequenos Charcos
( para t., a propósito de estrelas )
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08 janeiro, 2016
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