01 fevereiro, 2016

Manoel e Jopie

Perder o nada é um empobrecimento.

Manoel de Barros, Livro Sobre Nada


Jopie Huisman, Roodbaaien hemd , 1975

31 janeiro, 2016

O Guardador de Águas

Henriette Browne, A Nun (Mme Jules de Saux), 1850-70 (detalhe)

























Nas Metamorfoses, em duzentas e quarenta fábulas,
      Ovídio mostra seres humanos transformados em 
      pedras, vegetais, bichos, coisas.
Um novo estágio seria que os entes já transformados
      falassem um dialeto coisal, larval,pedral, etc.
      Nasceria uma linguagem madruguenta, adâmica, 
      edênica, inaugural -
Que os poetas aprenderiam - desde que voltassem às 
      crianças que foram
As rãs que foram
As pedras que foram.
Para voltar à infância, os poetas precisariam também de     
     reaprender a errar a língua.
Mas esse é um convite à ignorância? A enfiar o idioma 
     nos mosquitos?
Seria uma demência peregrina.


Manoel de Barros, O Guardador de Águas

30 janeiro, 2016

Frederico e Saul

Saul Leiter, Taxi, 1957













Com os anos os meus olhos ficaram azuis.
O castanho infantil degradou-se com exposições
Solares
Exageradas. E demasiadas leituras. E Caligrafias.
Creio no pigmento dos olhos como demonstração
Matemática do rigor extremo das horas pesadas.


Frederico Mira George, O Veneno Solitário





28 janeiro, 2016

Igor Mitoraj

Igor Mitoraj, Vale dos Templos, Agrigento, Sicília, 2011


Igor Mitoraj, Vale dos Templos, Agrigento, Sicília, 2011

Igor Mitoraj (1944-2014)




27 janeiro, 2016

John Coplans

John Coplans, Self Portrait (Hand), 1990

26 janeiro, 2016

Arp, Gala, Sophie Taeuber-Arp, Paul Eluard, 1928

Oh Sophie Taeuber-Arp

Sophie Taeuber-Arp, Composition dans un cercle, 1937





Sophie Taeuber-Arp


25 janeiro, 2016

Oh, Anni Albers

Anni Albers, Têxtil,  1940


























Só ao génio é dado o privilégio de permanecer no seu domínio para além do que lhe é conhecido e de ampliar a natureza sem sair dela.

Friedrich Schiller, Sobre a Poesia Ingénua e Sentimental


23 janeiro, 2016

Carlos de Oliveira

A noite é a nossa dádiva de sol aos que vivem do outro lado da Terra.

Carlos de Oliveira



para a construção do poema 44



para a construção do poema 43


para a construção do poema 42


Marlene e Marin

Marlene Dumas, Measuring Your Own Grave, 2008


























Olha, as coisas
Estão cortadas ao meio,
De um lado elas
Do outro o seu nome.
Há um vasto espaço entre elas,
Espaço para correr,
Para a vida.
Olha, tu estás cortado ao meio.
De um lado tu,
Do outro o teu nome.
Não sentes às vezes ou no sonho
Ou à margem do sonho,
Que na tua fronte
Assentam outros pensamentos,
Sobre as tuas mãos
Outras mãos?
Só por um instante foste compreendido
Fazendo o teu nome
Atravessar o teu corpo,
De um modo sonoro e doloroso,
Como o badalo de bronze
Através do vazio do sino.


Marin Sorescu (1936- 1996)

22 janeiro, 2016

Carlos de Oliveira

Odilon Redon, Nature Morte 1905






















Será da própria condição das coisas serem silenciosas agora?



Carlos de Oliveira, Terra de Harmonia




19 janeiro, 2016

Kiki Smith

Kiki Smith, Constellation, 1996

18 janeiro, 2016

Rui Calçada Bastos


Rui Calçada Bastos,The Mirror Suitcase Man (Berlin Series), 2004























Rui Calçada Bastos,The Mirror Suitcase Man (Lisbon Series), 2005





















Rui Calçada Bastos,The Mirror Suitcase Man (Lisbon Series), 2005



17 janeiro, 2016

o silêncio


Christo e Jeanne-Claude, Running Fence, Sonoma and Marin Counties, California, 1972-76

































faz um poema que não perturbe
o silêncio de onde veio.

Wendell Berry

15 janeiro, 2016

Willi Ruge

Willi Ruge, Seconds before Landing