09 setembro, 2016

Gastão Cruz

Que farei no outono quando ardem
as aves e as folhas e se chove
é sobre o corpo descoberto que arde
a água do outono
Que faremos do corpo e da vontade
de o submeter ao fogo do outono
quando o corpo se queima e quando o sono
sob o rumor da chuva se desfaz
Tudo desaparece sob o fogo
tudo se queima tudo prende a sua
secura ao fogo e cada corpo vai-se
prendendo ao fogo raso
pois só pode
arder imerso quando tudo arde


Gastão Cruz, As Aves, Iniciativas Editoriais 

Joan Mitchell


Joan Mitchel, Last Paintings, Tondo, 1991

Joan Mitchel, Last Paintings, Tondo, 1991

08 setembro, 2016

Frida

Sylvia Salmi, Frida Kahlo, 1944

07 setembro, 2016

No rules

Joan Mitchel, Then, Last Time IV, 1985







































There are no rules. That is how art is born, how breakthroughs happen. Go against the rules or ignore the rules. That is what invention is about.

Helen Frankenthaler







06 setembro, 2016

Mauro Pinto

Mauro Pinto, Maputo-Luanda-Lubumbashi, 2011





Mauro Pinto, s/título, 2005


05 setembro, 2016

Marc Riboud (1923-2016)

Marc Riboud, Fenêtres, 1965


















Marc Riboud, Algérie, la Mitidja, 1963


















Marc Riboud, Ball of the Independence, Nigéria,1960

















e para J :
Marc Riboud, Isabelle Hupert

04 setembro, 2016

José no ar

José Sá, Barberton Valley (Mpumalanga, África do Sul)
setembro 2016




































Hello, sun in my face. Hello you who made the morning and spread it over the fields...Watch, now, how I start the day in happiness, in kindness. 


Mary Oliver

03 setembro, 2016

Ver Rangel 3 e 4

CT, Ver Rangel, Maputo 2016



CT, Ver Rangel, Maputo 2016

31 agosto, 2016

Mauro Pinto


Fotografias do Bairro da Mafalala (Maputo) "onde viveram muitos dos que fizeram a independência moçambicana."  (Prémio BESPhoto 2012)


Mauro Pinto, Dá Licença, 2012


Mauro Pinto, Dá Licença, 2012







30 agosto, 2016

o bebedor nocturno

CT, exercícios com a noite, abril 2016

























Fragmento do Cairo

Quando eu a cinjo e ela me abre os braços,
sou como um homem que regressa da Arábia,
impregnado de perfumes.

Herberto Helder, O Bebedor Nocturno - poemas mudados para português

28 agosto, 2016

ink

CT, pas de deux, abril 2016

















Ink runs from the corners of my mouth.

There is no happiness like mine.

I have been eating poetry. 





Mark Strand, Selected Poems





27 agosto, 2016

Mark Strand e "pas de deux"


CT, pas de deux, abril 2016



















In the field
I am the absence
of field.
This is
always the case.
Wherever I am
I am what is missing.

When I walk
I part the air
and always
the air moves in
to fill the spaces
where my body's been.

We all have reasons
for moving.
I move
to keep things whole.

Mark Strand, Selected Poems

Anni Albers

Anni Albers, Desenho


Anni Albers, Tapeçaria


Anni Albers, Tapeçaria



Being creative is not so much the desire to do something as the listening to that which wants to be done: the dictation of the materials. 

Anni Albers


26 agosto, 2016

algumas palavras

Lucian Freud, Girl wih Fig Leaf, 1947




















Algumas palavras existem.  E vão sendo transcritas: Se eu disser que há sol nos meus pensamentos, ninguém compreenderá que os meus pensamentos estão tristes.
Fiama Hasse Pais Brandão, Em Cada Pedra Um Voo Imóvel


25 agosto, 2016

que som foi este?

Alexander Rodchenko, Points, Composition nº119, 1920






































Que som foi este?
Afasto-me para o quarto que estremece.

Que som foi este que veio no escuro?
Que labirinto de luz é este em que nos deixa?
Que atitude é esta que tomamos
Para nos afastarmos e depois voltarmos?
Que foi que ouvimos?

Foi a respiração suspensa de quando nos encontrámos.

Ouve. Está aqui.


Harold Pinter, Várias Vozes



24 agosto, 2016

a tua voz

Shirin Neshat, Identified, 1996































7. CONTRA OS RECITAIS
Se leio os meus poemas em público

despojo a poesia do seu único sentido:

dotar as minhas palavras da tua voz

por um instante que seja





José Emilio Pacheco (trad. António Cabrita)


23 agosto, 2016

tudo se ilumina

Francesco del Cossa, Santa Lucia (detalhe), 1472-73










A realidade é um repto. A poesia é um rapto. De uma para a outra queimam-se os dedos, e como é de fogo que aqui se trata, tudo se ilumina.


Herberto Helder, Photomaton & Vox