01 fevereiro, 2017
um anjo
Um anjo segue-me
como a minha sombra
Habituado à sua presença
esqueço-o
como ele me esquece.
Anise Kolz, Cantos de Recusa
Matisse
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30 janeiro, 2017
Cada átomo de silêncio é a oportunidade de um fruto maduro.
Paul Valéry
CT, Objectos do Céu Profundo, 2016 |
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28 janeiro, 2017
27 janeiro, 2017
25 janeiro, 2017
23 janeiro, 2017
21 janeiro, 2017
20 janeiro, 2017
A beleza é tão grande e nós somos
tão frágeis... Estou a falar do impossível e da vida
Daniel Faria, O Livro de Joaquim
CT, Objectos do Céu Profundo, 2016 |
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19 janeiro, 2017
a irrazoável esperança
Suponho que,
arbitrariamente contrariando o sentido real da história, eu de algum modo já me
prometia por escrito que o ócio, mais que o trabalho, me daria as grandes
recompensas gratuitas, as únicas a que aspirava. É possível também que já então
meu tema de vida fosse a irrazoável esperança, e que eu já tivesse iniciado a
minha grande obstinação: eu daria tudo o que era meu por nada, mas queria que
tudo me fosse dado por nada. Ao contrário do trabalhador da história, na
composição eu sacudia dos ombros todos os deveres e dela saía livre e pobre, e
com um tesouro na mão.
Clarisse Lispector, Contos
CT, Objectos do Céu Profundo, 2016 |
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18 janeiro, 2017
Anise Kolz
Os meus poemas são-me estranhos
como pinturas rupestres
Ignoro a sua origem e idade
por vezes reconheço um pormenor
um animal familiar
Anise Kolz, Cantos de Recusa
17 janeiro, 2017
Anise Kolz
Os poemas
que ainda não foram escritos
pesam sobre mim
como a sombra acumulada
de um verão
Anise Kolz, Cantos de Recusa
16 janeiro, 2017
15 janeiro, 2017
14 janeiro, 2017
13 janeiro, 2017
o céu claro
Alexander Calder, Snow Flurry I, 1948 |
Avança cada instante inteiro e antigo
vejo-me visto leio-me lido
tudo está feito.
vejo-me visto leio-me lido
tudo está feito.
(E se perdemos a memória do encontro
como diremos da manhã
o céu claro?)
como diremos da manhã
o céu claro?)
João Miguel Fernandes Jorge, Sobre o Mar e a Casa
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