Noite morna de Moçambique
e sons longínquos de marimba chegam até mim
- certos e constantes -
vindos nem eu sei de onde.
Em minha casa de madeira e zinco,
abro o rádio e deixo-me embalar...
Mas vozes da América remexem-me a alma e os nervos.
E Robeson e Maria cantam para mim
spituals negros de Harlém.
“Let my people go”
- oh deixa passar o meu povo,
deixa passar o meu povo -,
dizem.
(...)
Um só ínfimo grão d'areia
e sons longínquos de marimba chegam até mim
- certos e constantes -
vindos nem eu sei de onde.
Em minha casa de madeira e zinco,
abro o rádio e deixo-me embalar...
Mas vozes da América remexem-me a alma e os nervos.
E Robeson e Maria cantam para mim
spituals negros de Harlém.
“Let my people go”
- oh deixa passar o meu povo,
deixa passar o meu povo -,
dizem.
(...)
~~
Um só ínfimo grão d'areia
nunca imaginei
pesar tanto.
Noémia de Sousa, Sangue Negro