Peter Schelsinger, David Hockney em Veneza, 1972 |
26 dezembro, 2018
24 dezembro, 2018
Danielle Magalhães e Purple Rain
chama
o verão não deixará indícios
do que continua
queimando a conta gotas
o amor existe apenas
se a distância
existir como parte do processo
de aproximação entre
duas avenidas os destroços
pegam fogo as bocas
chamam um nome
que jamais irá amar novamente
somos interrompidos
como um verso
eu nunca vou escrever
um poema expressionista
anunciando o fim do mundo
uma mulher escreveu
a História
é uma história de muitos começos
e nenhum final
à distância ali
na esquina tragando
fumaça enquanto conversava
sobre o que é
amar ela disse
um poema continua sendo
um corpo todo cortado
esperando o início
da narrativa
Danielle Magalhães, Quando o Céu Cair, ed.7Letras, Brasil
Cristina Tavares, Purple Rain, 2018 |
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22 dezembro, 2018
21 dezembro, 2018
16 dezembro, 2018
15 dezembro, 2018
A morte
Antigamente sabia-se (ou talvez se pressentisse) que se trazia a morte dentro de si, como o fruto o caroço. As crianças tinham dentro uma pequena e os adultos uma grande. As mulheres tinham-na no seio e os homens no peito. Tinha-se, a morte, e isto dava às pessoas uma dignidade particular e um calmo orgulho.
Rainer Maria Rilke, Os Cadernos de Malte Laurids Brigge (trad. Paulo Quintela)
Vivian Maier, Auto-retrato, 1954 |
10 dezembro, 2018
09 dezembro, 2018
08 dezembro, 2018
Luz e silêncio
Destino e condição dos corpos luminosos
é o desamparo. Mesmo intimamente
a luz é doação, abrindo, abençoando,
nada defendendo. É nesse desabrigo
que encontra o seu abrigo, ou seja, a perfeição.
Assim é o silêncio também desabrigado:
enganam-se os que nele procuram um reduto
pois o silencioso a tudo fica exposto.
Destino e condição dos corações amantes
é darem-se tão frágeis em luz e em silêncio
que buscam um refúgio de Deus no próprio Deus
ficando assim perfeitos como lâmpadas na morte.
Carlos Poças Falcão, Sombra Silêncio
é o desamparo. Mesmo intimamente
a luz é doação, abrindo, abençoando,
nada defendendo. É nesse desabrigo
que encontra o seu abrigo, ou seja, a perfeição.
Assim é o silêncio também desabrigado:
enganam-se os que nele procuram um reduto
pois o silencioso a tudo fica exposto.
Destino e condição dos corações amantes
é darem-se tão frágeis em luz e em silêncio
que buscam um refúgio de Deus no próprio Deus
ficando assim perfeitos como lâmpadas na morte.
Carlos Poças Falcão, Sombra Silêncio
07 dezembro, 2018
Eduardo Chillida
”Este lugar es el origen de todo. Él es el verdadero autor de la obra. Lo único que hice fue descubrirlo. Es imposible hacer una obra como ésta sin tener en cuenta el entorno. Sí, es una obra que he hecho yo y que no he hecho yo”
Eduardo Chillida
Eduardo Chillida
Eduardo Chillida, El Peine del Viento (O Pente do Vento), 2008 |
05 dezembro, 2018
02 dezembro, 2018
28 novembro, 2018
Tea for Three (Four)
Cristina Tavares, Tea for Three (Four), novembro 2018 |
O que nos liga é o que
nos liberta.
António Ramos Rosa,
Quando o inexorável, 1983
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27 novembro, 2018
26 novembro, 2018
25 novembro, 2018
24 novembro, 2018
23 novembro, 2018
Aniversário de Herberto
Deito coisas vivas e mortas no espírito da obra.
Minha vida extasia-se como uma câmara de tochas.
Herberto Helder, O Poema Contínuo
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