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03 janeiro, 2013
31 dezembro, 2012
Creio
na nudez
da minha vida
E
não me peçam
cartão de identidade
que nenhum outro
senão o mundo
tenho
na nudez
da minha vida
E
não me peçam
cartão de identidade
que nenhum outro
senão o mundo
tenho
Adília Lopes
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Adília Lopes,
poesia,
poesia portuguesa
30 dezembro, 2012
29 dezembro, 2012
Introdução à poesia
Pedi-lhes que pegassem num poema
e o colocassem em contraluz
como uma transparência colorida
ou encostassem um ouvido à sua colmeia.
Eu disse larguem um rato no poema
e observem-no a tentar descobrir a saída,
ou caminhem dentro do quarto do poema
e sintam as suas paredes por um instante de luz.
Eu desejo que eles pratiquem ski aquático
sobre a superfície de um poema
deslizando sobre o nome do autor até à margem.
Mas tudo o que eles querem fazer
é amarrar o poema a uma cadeira com uma corda
e obter a sua confissão através de tortura.
Começam a bater-lhe com uma mangueira
para descobrirem o que realmente significa.
Pedi-lhes que pegassem num poema
e o colocassem em contraluz
como uma transparência colorida
ou encostassem um ouvido à sua colmeia.
Eu disse larguem um rato no poema
e observem-no a tentar descobrir a saída,
ou caminhem dentro do quarto do poema
e sintam as suas paredes por um instante de luz.
Eu desejo que eles pratiquem ski aquático
sobre a superfície de um poema
deslizando sobre o nome do autor até à margem.
Mas tudo o que eles querem fazer
é amarrar o poema a uma cadeira com uma corda
e obter a sua confissão através de tortura.
Começam a bater-lhe com uma mangueira
para descobrirem o que realmente significa.
Billy Collins
27 dezembro, 2012
Bicicletas quebradas, velhas correntes rebentadas
Guiadores enferrujados lá fora à chuva
Devia haver um orfanato
Para estas coisas que ninguém mais quer
Setembro recorda-me Julho
É tempo de dizer adeus
Se o Verão passou o meu amor permanece
Velhas bicicletas quebradas lá fora à chuva
Bicicletas quebradas, não digam nada aos meus pais
Com todas aquelas cartas enfiadas nos raios
Espalhadas como esqueletos sobre a relva
Rodas que não giram sem a outra metade
As estações passam a correr
E eu que me esqueço todas as vezes
Mas as coisas que me deste ficarão para sempre.
Mesmo quebradas nunca as lançarei fora.
Tom Waits
Guiadores enferrujados lá fora à chuva
Devia haver um orfanato
Para estas coisas que ninguém mais quer
Setembro recorda-me Julho
É tempo de dizer adeus
Se o Verão passou o meu amor permanece
Velhas bicicletas quebradas lá fora à chuva
Bicicletas quebradas, não digam nada aos meus pais
Com todas aquelas cartas enfiadas nos raios
Espalhadas como esqueletos sobre a relva
Rodas que não giram sem a outra metade
As estações passam a correr
E eu que me esqueço todas as vezes
Mas as coisas que me deste ficarão para sempre.
Mesmo quebradas nunca as lançarei fora.
Tom Waits
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