01 dezembro, 2017

Roland Barthes

Cristina Tavares, Novas Colagens (Que Penso do Amor?), nov 2017




















Que penso do amor? - Em suma, nada penso. Gostaria de saber o que é, mas, estando nele embrenhado, vejo-o em existência, não em essência. (...) Assim, por mais que discorra sobre o amor ao longo do ano, apenas poderei ter a esperança de agarrar o conceito «pela cauda»: por relâmpagos, fórmulas, surpresas de expressão, dispersos através da grande corrente do Imaginário; estou do lado mau do amor, do seu lado deslumbrante: «O lugar mais sombrio, diz um provérbio chinês, situa-se sempre sob a lâmpada.»

Roland Barthes, Fragmentos de Um Discurso Amoroso (edições 70)


30 novembro, 2017

Maria Gabriela Llansol

Cristina Tavares, Novas Colagens, novembro 2017





















Mas estar envolvido pela luz é a minha solidão.
Mas vivo na minha própria luz, bebo as chamas que se escapam de mim.


Maria Gabriela Llansol, O Livro das Comunidades, Geografia de rebeldes I, Ed.Assírio e Alvim

29 novembro, 2017

Anne Sexton

Cristina Tavares,
Novas Colagens (Elevador até ao Céu), nov 2017



























Como disseram os bombeiros:
nunca reservar um quarto acima do quinto piso
em nenhum hotel de Nova Iorque.
Há escadas que sobem mais alto
mas ninguém as sobe.
Como disse o New York Times:
o elevador localiza sempre
o piso do incêndio
e abre automaticamente
sem voltar a fechar.
São estes os avisos que deverás esquecer
se quiseres sair de ti mesmo.
Se quiseres estampar-te contra o céu.


Lacre, Traduções e Versões de Poesia de Vasco Gato (ed. Língua Morta)


28 novembro, 2017

André Tecedeiro

CT, Novas Colagens (Papillon), novembro 2017



Papillon, espera pela sétima onda.
Essa ilha é um veneno
rodeado de inferno por todos os lados.

Ouvi falar de borboletas
que migram
na pegada do Sol.
Batem do Canadá ao México
pequenas asas.

No caminho morrem três ou quatro vezes
 Mas esqueçamos por momentos que
a borboleta que parte não é a mesma que chega:
o que o mistério nos conta é que
uma borboleta é capaz
de atravessar um continente.

André Tecedeiro




24 novembro, 2017

Novas Colagens




Cristina Tavares, Novas Colagens, novembro 2017

Cristina Tavares, Novas Colagens, novembro 2017

19 novembro, 2017

ar líquido

Cristina Tavares, s/ título, janeiro 1991

18 novembro, 2017

ligar o coração à luz

Vivian Maier, Auto-retrato, Chicago, data desconhecida


















A fotografia é só ligar o coração à luz e não fazer ruído.

Frederico Mira George



14 novembro, 2017

Richard Long

Richard Long, Walking a Line in Peru, 1972





Richard Long, Five Stones, Iceland, 1974




Richard Long, Dusty Boost Lines, The Sahara, 1988

10 novembro, 2017

John Heartfield

John Heartfield, The Cabbage Head, 1930

09 novembro, 2017

Floris Neusüss

Floris Neusüss, Korperbild, 1963


Floris Neusüss

Hannah Hoch

Floris Neususs, Hannah Hoch, Berlin, 1962

08 novembro, 2017

August Sander

August Sander, The Public Prosecutor, 1931

07 novembro, 2017

Francisco Tropa

Francisco Tropa, Flores, 2012

05 novembro, 2017

Maria Judite de Carvalho



Josef Albers, s/ título, c.1929













Há hoje um cheiro a partir,
um cheiro a não estar aqui,
um cheiro a mar verde-pálido,
de algas soltas, sem raízes.
Estou no cais mas não saí.
Tenho um passaporte inválido 
para todos os países.

Maria Judite de Carvalho, A Flor que Havia na Água Parada

04 novembro, 2017

Lauren Steeper

Lauren Steeper, Fixed Eggs

03 novembro, 2017

Michelangelo Pistoletto

Michelangelo Pistoletto, The Ears of Jasper Johns, 1966

01 novembro, 2017

30 outubro, 2017

Francisco Tropa

 Francisco Tropa, Quad, 2008

29 outubro, 2017

sobe uma figura

Um avião aterrava
no meu terror, começar
por haver deus 
e depois nem um irmão
com quem trocar canivetes, lâminas.
Mas olha bem no escuro
ao lado de cada verso
sobe uma figura.

Helder Moura Pereira, Mercúrio, 1987


Sjaak Kempe, Paul Cézanne'studio

27 outubro, 2017

Helder Moura Pereira

Francisco Tropa,Terra Platonica, 2013



















As emoções deste lado
não são iguais
às emoções daquele 
lado, só parecem.
Faz ao contrário, põe
desenhos às palavras,
apaga o risco vertical do caderno.

Helder Moura Pereira, Mercúrio, 1987