até cada objecto se
encher de luz e ser apanhado
por todos os lados hábeis, e ser ímpar,
ser escolhido,
e lampejando do ar à volta,
na ordem do mundo aquela fracção real dos dedos
juntos
como para escrever cada palavra:
pegar ao alto numa coisa em estado de milagre:
seja:
um copo de água,
tudo pronto para que a luz estremeça:
o terror da beleza, isso, o terror da beleza
delicadíssima
tão súbito e implacável na vida administrativa
Herberto Helder, Servidões, Assírio &
Alvim
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