14 dezembro, 2019

André Breton

Numa floresta onde todas as aves são chamas
E também sempre que uma rajada mais violenta faz aparecer na quilha
Uma chaga deslumbrante que atrai as sereias
Não pensava que estivesses no teu posto
E eis que ao romper da aurora num dia de 1937
É extraordinário havia cerca de cem anos que estavas
morto
Ao passar avistei um ramo muito fresco de violetas a teus pés
É raro florirem as estátuas de Paris

André Breton, Ode a Charles Fourier 


Francisco de Zurbarán, Alegoria da Caridade, detalhe, c. 1655

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