Helen Frankenthaler, Basque Beach, 1958 |
14 junho, 2014
13 junho, 2014
(hoje é para ti, Angela.)
Sabe, se quer que lhe diga, do que eu
me lembro bem, e para mim o que é importante, são os sítios onde escrevi, as
situações em que escrevi. Há um poema que diz: «Quando à noite desfolho e
trinco as rosas». Isto é absolutamente verdade: eu ia para o jardim da minha
avó colher rosas, a minha avó já tinha morrido e era um jardim semi-abandonado,
colhia camélias no Inverno e rosas na Primavera. Trazia imensas rosas para
casa, havia sempre uma grande jarra cheia delas em frente da janela, no meu
quarto. E depois eu desfolhava e comia as rosas, mastigava-as... No fundo era a
tentativa de captar qualquer coisa a que só posso chamar a alegria do universo,
qualquer coisa que floresce.
Entrevista de Sophia de Mello Breyner Andresen a José Carlos de
Vasconcelos
12 junho, 2014
NO POEMA
Transferir o quadro o muro a
brisa
A flor o copo o brilho da
madeira
E a fria e virgem limpidez da
água
Para o mundo do poema limpo e
rigoroso;
Preservar de decadência morte
e ruína
O instante real de aparição e
da surpresa
Guardar num mundo claro
O gesto claro da mão tocando
a mesa.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Livro Sexto
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11 junho, 2014
10 junho, 2014
07 junho, 2014
Viver com as imagens é uma felicidade.
Adolfo Bioy Casares, A Invenção de Morel
Adolfo Bioy Casares, A Invenção de Morel
Robert Frank, Untitled (Childrens with Sparklers in Provincetown), c.1958 |
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R
E
no quadro sensível do poema vejo para onde vou, reconheço o meu caminho, o meu
reino, a minha vida.
Sophia de Mello Breyner, Arte Poética II
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06 junho, 2014
"Olhada pelos Anjos", sem de tal ser verdadeiramente responsável.
Emily Dickinson, Bilhetinhos com Poemas
Emily Dickinson, Bilhetinhos com Poemas
Jedi Noordegraaft, Emily Dickinson |
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05 junho, 2014
A poesia é a minha explicação
com o universo, a minha convivência com as coisas, a minha participação no
real, o meu encontro com as vozes e as imagens. Por isso o poema não fala duma
vida ideal mas duma vida concreta: ângulo da janela, ressonância das ruas, das
cidades e dos quartos, sombra dos muros, aparição dos rostos, silêncio,
distância e brilho das estrelas, respiração da noite, perfume da tília e do
orégão.
Sophia de Mello Breyner, Arte Poética II
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04 junho, 2014
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