Pleno de vida agora, concreto, visível,
Eu, aos quarenta anos de idade e aos oitenta e três dos Estados Unidos,
A ti que viverás dentro de um século ou vários séculos mais,
A ti, que ainda não nasceste, me dirijo, procurando-te.
Quando leres isto, eu que era visível, serei invisível
Agora és tu, concreto, visível, aquele que me lê, aquele que me procura,
Imagino quanto serias feliz se eu estivesse a teu lado e fosse teu companheiro,
Sê tão feliz como se eu estivesse contigo. (Não penses que não estou agora junto a ti).
Walt Whitman, Cálamo
25 dezembro, 2014
13 dezembro, 2014
12 dezembro, 2014
11 dezembro, 2014
A magnólia estende contra a minha escrita a tua sombra
E eu toco na sombra da magnólia como se pegasse na tua mão
E eu toco na sombra da magnólia como se pegasse na tua mão
Daniel Faria, Poesia
Etiquetas:
Daniel Faria,
poesia,
poesia portuguesa
10 dezembro, 2014
09 dezembro, 2014
Marcel Proust
Certos espíritos amantes do mistério pretendem que os objectos conservam qualquer coisa dos olhos que os viram, que os monumentos e os quadros só nos aparecem sob o véu sensível que lhes foi tecido pelo amor e pela contemplação de tantos adoradores, ao longo de muitos séculos. Esta quimera seria verdadeira se a transpusessem para o domínio da realidade exclusiva de cada um, para o domínio da sua sensibilidade própria. Sim, nesse sentido, e apenas nesse sentido (mas que é muito maior), uma coisa que em tempos observámos, se tornarmos a vê-la, traz-nos, juntamente com o olhar que nela poisámos, todas as imagens que então o enchiam. É que as coisas - um livro como outro qualquer sob a sua capa vermelha -, logo que vistas por nós, tornam-se em nós algo de imaterial, da mesma natureza de todas as nossas preocupações ou das nossas sensações desse tempo, e misturam-se indissoluvelmente com elas.
Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido, volume 2
08 dezembro, 2014
Com a tua letra
Porque eu amo-te,
quer dizer, estou atento
às coisas regulares e
irregulares do mundo.
Ou também: eu envio o amor
sob a forma de muitos olhos e ouvidos
a explorar, a conhecer o mundo.
Ou também: eu envio o amor
sob a forma de muitos olhos e ouvidos
a explorar, a conhecer o mundo.
Porque eu amo-te,
isto é, eu dou cabo
da escuridão do mundo.
Porque tudo se escreve com a tua letra.
da escuridão do mundo.
Porque tudo se escreve com a tua letra.
Fernando Assis Pacheco, A Musa Irregular
Etiquetas:
Fernando Assis Pacheco,
poesia,
poesia portuguesa
07 dezembro, 2014
06 dezembro, 2014
Apesar das visitas
Breves do pavor
A beleza é tudo
O que permanece
Matilde Campilho, Jóquei
Etiquetas:
Elas,
Matilde Campilho,
poesia,
poesia portuguesa
04 dezembro, 2014
Caminho rapidamente por entre estrias de luz e escuridão lançadas
debaixo de uma arcada.
Sou uma mulher na força da vida, com certos poderes
e esses poderes severamente limitados
por autoridades cujas caras raramente vejo.
Sou uma mulher na força da vida
que conduz o seu poeta morto num Rolls-Royce preto
por uma paisagem de crepúsculos e espinhos.
Uma mulher com uma certa missão,
a qual, se cumprida à letra, a deixará intacta.
Uma mulher com nervos de pantera
uma mulher com contactos com os Hells's Angels
uma mulher que sente a plenitude dos seus poderes
no preciso momento em que não os pode usar
uma mulher que jurou lucidez
que vê por entre a desordem, por entre os fogos fumarentos
destas ruas subterrâneas
o seu poeta morto aprendendo a andar para trás contra o vento
do lado errado do espelho
Adrienne Rich, Uma Paciência Selvagem
debaixo de uma arcada.
Sou uma mulher na força da vida, com certos poderes
e esses poderes severamente limitados
por autoridades cujas caras raramente vejo.
Sou uma mulher na força da vida
que conduz o seu poeta morto num Rolls-Royce preto
por uma paisagem de crepúsculos e espinhos.
Uma mulher com uma certa missão,
a qual, se cumprida à letra, a deixará intacta.
Uma mulher com nervos de pantera
uma mulher com contactos com os Hells's Angels
uma mulher que sente a plenitude dos seus poderes
no preciso momento em que não os pode usar
uma mulher que jurou lucidez
que vê por entre a desordem, por entre os fogos fumarentos
destas ruas subterrâneas
o seu poeta morto aprendendo a andar para trás contra o vento
do lado errado do espelho
Adrienne Rich, Uma Paciência Selvagem
Assinar:
Postagens (Atom)