03 fevereiro, 2015

Ben Vautier

Ben Vautier, Total Art Match-Box, 1965

02 fevereiro, 2015

Alice Hutchins, Group 2, Model A, 1968
























Alice Hutchins, Portal, 1975

Alice Hutchins, Night and Day, 1977
























Alice Hutchins

Alice Hutchins
Fluxus

31 janeiro, 2015

30 janeiro, 2015

Homer Page

Homer Page, New York, 1949

29 janeiro, 2015

Poema 
para  o Mário Cesariny


Moveu-se o automóvel - mas não devia mover-se
não devia!

Ontem à meia-noite três relógios distintos bateram:
primeiro um, depois outro e outro:
o eco do primeiro, o eco do segundo, eu sou o eco do terceiro

Eu sou a terceira meia-noite dos dias que começam

Pregões de varina sem peixe
- o peixe morreu ao sair da água
e assim já não é peixe

Assim como eu que vivo uma VIDA EXTREMA.


António Maria Lisboa, A Única Real Tradição Viva

António e Mário

António Maria Lisboa segurando Mário Cesariny
sobre os telhados de Lisboa, 1949

Alberto Caeiro

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro

Piet Mondrian


Piet Mondrian, Chrysanthemum, 1909

28 janeiro, 2015

Block: Quem és?
Morte: Sou a Morte.
Block: Vieste buscar-me?
Morte: Ando contigo há muito tempo.
Block: Eu sei.
Morte: Estás preparado?


(diálogo do filme O Sétimo Selo de Igmar Bergman)

Les Idées Claires

René Magritte, Les Idées Claires, 1955

27 janeiro, 2015

António Maria Lisboa

Acento


Vem dos montes friíssimos da Noruega
onde te sonhei para beberes estrelas
e caminhar a custo entre as cascatas
onde a ternura é um escadote
e o ar um caracol de planetas nas órbitas.


António Maria Lisboa, Poesia

25 janeiro, 2015

Antónia

Loretta Lux, Portrait of Antonia, 2007

23 janeiro, 2015

António e Michael


Michael Borremans, Crazy Fingers, 2007

























O que procuro é um coração pequeno, um animal
perfeito e suave. Um fruto repousado,
uma forma que não nasceu,(...)


António Ramos Rosa, Poesia Presente - antologia

22 janeiro, 2015

Barbara Hepworth

Barbara Hepworth, Meridian, 1958-60

21 janeiro, 2015

Herberto Helder

até cada objecto se encher de luz e ser apanhado
por todos os lados hábeis, e ser ímpar,
ser escolhido,
e lampejando do ar à volta,
na ordem do mundo aquela fracção real dos dedos juntos
como para escrever cada palavra:
pegar ao alto numa coisa em estado de milagre: seja:
um copo de água,
tudo pronto para que a luz estremeça:
o terror da beleza, isso, o terror da beleza delicadíssima
tão súbito e implacável na vida administrativa


Herberto Helder, Servidões, Assírio & Alvim

20 janeiro, 2015

Ramon Puig Cuyas

Ramon Puig Cuyas, Aspice me (Mirame) da série Utopos,  2007-2009

Ramon Puig Cuyas, (Mirame e Sere Mirado), da  série Utopos, 2007-2009

Ramon Puig Cuyas, Aspice in Stellae (Mira a las Estrelas),
da série 
Utopos,2007-2009

Ramon Puig Cuyas, Cursum Tenere, da série Utopos, 2007-2009
fantástica joalharia contemporânea

17 janeiro, 2015

António Maria Lisboa

Abrir-se a janela para entrarem estrelas 
abrir-se a luz para entrarem olhos 
abrir-se o tecto para cair um garfo no centro da sala 
e depois ruidosa uma dentadura velha 
E no CIMO disto tudo uma montanha de ouro 

E no FIM disto tudo um Azul-de-Prata. 

António Maria Lisboa, Poesia