22 junho, 2015

Charrua nos livros


 António Charrua nos livros (também como A. Dias)





21 junho, 2015

António Charrua

capa de António Charrua

Frederico Mira George, Charrua, Évora, 1999

20 junho, 2015

Jonh Baldessari

John Baldessari, The Pencil Storie

18 junho, 2015

já tentaste praticar o bem
fazendo mal?

já tentaste praticar o mal
fazendo bem?

já tentaste praticar o bem
fazendo bem?

já tentaste praticar o mal
fazendo mal?

já tentaste praticar o bem
não fazendo nada?

já tentaste praticar o mal
fazendo tudo?

já tentaste praticar tudo
não fazendo nada?

e o contrário, já tentaste?
já?

seja qual for a tua resposta,
não sei que te diga.


Alberto Pimenta

14 junho, 2015

Max Beckmann

Max Beckmann, Auto portrait avec klaxon, 1938

13 junho, 2015

Max Beckmann

Max Beckmann, Portrait of an Argentinian, 1929

09 junho, 2015

mudança na respiração

Poesia : é qualquer coisa que pode significar uma mudança na respiração.

Paul Celan, Arte poética



Walker Evans, Barn, 1969-71

Man Ray

Man Ray, Woman with closed eyes, 1928

07 junho, 2015

Max Ernst

Max Ernst, Santa Conversazione, 1921

05 junho, 2015

04 junho, 2015

O que não pode ser dito

Todo o tempo disponível para a desarticulação do dia, para as suas ervas dispersas e para as volúveis nebulosas da areia.



---




Seguir os fugidios trâmites do incomparável. Ser um momento o odor da terra na espessura do vento ou a respiração que vem do fundo das pedras. Ser o ébrio nómada de um fragrante solo repleto de cacos cintilantes.



António Ramos Rosa, O que não pode ser dito

01 junho, 2015

Não há qualquer luz que embriague tanto como a brancura. O

que a mulher experimenta é que uma autobiografia só é 

desmontável e transportável quando se aprende a arte de 

gravar em ar.

Maria Gabriela Llansol, Parasceve

30 maio, 2015

O observador é um príncipe que goza por todo o lado o seu estatuto de incógnito.


Charles Baudelaire, O Pintor da Vida Moderna

Anton Stankowski, Notre Dame, 1930



29 maio, 2015

Michaël Borremans,Various ways of avoiding visual contact with the outside wold using yellow isolating tape, 1998

28 maio, 2015

Betye Saar, Birds of a Feather,2010

Betye Saar

Betye Saar, Woman with Bird in Her Air, 2010

27 maio, 2015

Georgia e Alejandra

Laura Gilpin, Studio of Georgia O'Keeffe Overlooking Chama Valey


Estes ossos brilhando na noite,
estas palavras como pedras preciosas
na garganta viva de um pássaro petrificado,
este verde muito amado,
esta lã quente,
este coração só misterioso.


Alejandra Pizarnik, Antologia Poética


26 maio, 2015

Alfred Stieglitz, Georgia O'Keeffe, 1918

17 maio, 2015

World's Columbian Exposition of 1893

Cristina Campo






























Perceber é reconhecer apenas o que tem valor, apenas o que existe realmente. E o que mais existe realmente neste mundo senão o que não é deste mundo?

Cristina Campo, Os Imperdoáveis




Apesar de tudo amo a minha época porque é a época em que falta tudo e, exactamente por isso, talvez seja o verdadeiro tempo do conto de fadas. E é claro que não entendo com isto a era dos tapetes voadores e dos espelhos mágicos, que o homem destruiu para sempre no acto de fabricá-los, mas sim, a época da beleza em fuga, da graça e do mistério prestes a desaparecer, como as aparições e os sinais arcanos do conto de fadas: tudo aquilo a que certos homens nunca renunciam, que quanto mais os apaixona mais parece perdido e esquecido. Tudo o que se vai procurar bem longe, mesmo com risco de vida, como a rosa de Belinda em pleno inverno. Tudo o que sempre se oculta sob peles cada vez mais impenetráveis, no fundo de cada vez mais horrendos labirintos.

Cristina Campo, Os Imperdoáveis





História maravilhosa do Faraó Miquerinos, condenado pelos deuses a morrer jovem. Aos olhos deles não apresenta qualquer graça a sua doce clemência, que traiu o destino trágico do Egipto após as tiranias de Quéops e de Quéfrem.

E ele manda iluminar os seus palácios e os seus parques com milhares de lanternas.
Das noites fará outros tantos dias e assim viverá doze anos em vez dos seis que lhe restam.
É certamente uma parábola do poeta, desse inimigo involuntário da lei da necessidade.
O que pode fazer o poeta injustamente punido senão transformar as noites em dias, as trevas em luz?


Cristina Campo, Os Imperdoáveis