Lady Caroline Blackwood e Lucian Freud, 1949 |
04 setembro, 2015
02 setembro, 2015
Pablo e Yayou
Por ti,
afligem-me os pesados perfumes do Estio: por ti torno a vislumbrar os sinais
que precipitam os desejos, as estrelas em fuga. Os objectos que caem.
Pablo Neruda, Nasci Para Nascer
01 setembro, 2015
31 agosto, 2015
Paul Celan
30 agosto, 2015
Justino Alves - A Pintura!
07 agosto, 2015
Sonia e Luís (e também Blaise)
Sonia Delaunay, 1913 encadernação para o livro "Les Pâques" de Blaise Cendrars |
O corpo dividido em duas partes
fechadas
à chave uma na outra, avanço
num duplo coração como se fosse
ao mesmo tempo um só barco por dois rios.
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06 agosto, 2015
05 agosto, 2015
Ruy e Pierre
Feliz aquele que administra sabiamente
a tristeza e aprende a reparti-la pelos dias
Podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará
a tristeza e aprende a reparti-la pelos dias
Podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará
Ruy Belo, O Problema da Habitação
Pierre Boucher, L´eau, 1935 |
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Ruy Belo
03 agosto, 2015
01 agosto, 2015
pálpebras
Temos muitíssimas pálpebras e, no fundo, perdidos, estão os olhos. A lista de pálpebras - que continuo a descobrir e a classificar - inclui a instrução primária, o contrato social, a tradição, o culto dos antepassados sem descriminar entre os meritórios e os idiotas, o realismo ingénuo, a vivacidade, o a mim não me enganam, a necessidade de combinar o roupeiro provençal, o cinema e Vasari. As pálpebras são muito úteis porque protegem os olhos; tanto que, afinal, não os deixam assomar para beberem o seu vinho de luz. Otano, com grandes pinças, pôs-se a arrancar pálpebras. Ai, dói; caramba se dói. Quase que faz ver estrelas.
Os olhos são para ver as estrelas.
Julio Córtazar, Papéis Inesperados
31 julho, 2015
30 julho, 2015
29 julho, 2015
28 julho, 2015
A RIMBAUD
Quando Rimbaud se tornou negreiro
e lançou sua rede
sobre a Etiópia
para caçar leões pretos
cisnes pretos
abandonou a poesia...
como era honesto aquele rapazinho...
mas muitos poetas se tornaram traficantes de escravos,
usuários
e não abandonaram a poesia.
no palácio do sultão os seus poemas
viraram portas e janelas
e não abandonaram a poesia...
elogiaram,
receberam medalhas e títulos,
ouro, prata e taças de pedra
e não abandonaram a poesia...
a marca do gendarme estava nos seus poemas
e não abandonaram a poesia...
como era honesto Rimbaud...
como era honesto aquele rapazinho...
Mu´In Besseisso (Palestina), trad. Adalberto Alves
Quando Rimbaud se tornou negreiro
e lançou sua rede
sobre a Etiópia
para caçar leões pretos
cisnes pretos
abandonou a poesia...
como era honesto aquele rapazinho...
mas muitos poetas se tornaram traficantes de escravos,
usuários
e não abandonaram a poesia.
no palácio do sultão os seus poemas
viraram portas e janelas
e não abandonaram a poesia...
elogiaram,
receberam medalhas e títulos,
ouro, prata e taças de pedra
e não abandonaram a poesia...
a marca do gendarme estava nos seus poemas
e não abandonaram a poesia...
como era honesto Rimbaud...
como era honesto aquele rapazinho...
Mu´In Besseisso (Palestina), trad. Adalberto Alves
26 julho, 2015
25 julho, 2015
O céu agrada-me pensar que é a memória de dois ou três amigos, aqueles contra cujos lábios a partir de dentro empurraremos, docemente os nossos nomes e que, quando levam a comida à boca, sabem que é a nós que estão a alimentar. São dois ou três amigos, aqueles só em cujos corações enfiamos achas, o clarão atinge-lhes os olhos, pensarão: hoje a memória é como se a trouxéssemos em braços. Não sei se quando o mar lhes vier ao espírito o ouviremos rebentar, o certo é que por ele às vezes sobem as marés. Há ondas que se vê terem por ele passado antes de contra o nosso corpo deflagrarem.
Luís Miguel Nava, Poesia Completa 1979-1994, Publicações D. Quixote
Tristan Tzara, Paul Eluard, André Breton, Hans Arp, Salvador Dalí, Yves Tanguy, Max Ernst, René Crevel e Man Ray |
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