07 setembro, 2015

Odilon Redon

Odilon Redon, Pêssego, 1901

06 setembro, 2015

Vi como um danado

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas—a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra coisa todos os dias são meus.
Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.


Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos


Henri Matisse, The Parakeet and the Mermaid, 1952

05 setembro, 2015

Entretanto celebremos a irrealidade

Entretanto celebremos a irrealidade e o milagre: o homem demonstra a sua existência entrando e saindo das portas obscuras.

Pablo Neruda, Nasci para Nascer, (trad. Eduardo Saló e Mário Dionísio)


Hans Namuth, Jackson Pollock at work in his studio, 1950

04 setembro, 2015

Girl Reading

Lucian Freud, Girl Reading (detalhe), 1952

Girl in bed

Lucian Freud, Girl in Bed (detalhe), 1952

Lucian e Caroline (the girl)

Lady Caroline Blackwood e Lucian Freud, 1949

03 setembro, 2015

Nuno de Campos, Lap, 1999



Nuno de Campos, Lap, 1999


02 setembro, 2015

Pablo e Yayou

Por ti, afligem-me os pesados perfumes do Estio: por ti torno a vislumbrar os sinais que precipitam os desejos, as estrelas em fuga. Os objectos que caem.

Pablo Neruda, Nasci Para Nascer


Yayou Kusama aos 10 anos, 1939

01 setembro, 2015

Florence Henri

Florence Henri, Autoportrait au miroir, 1930

31 agosto, 2015

Paul Celan

Respira três vezes fundo,
resplandece três vezes fundo.

Paul Celan, Não Sabemos Mesmo o Que Importa, (trad.Gilda Lopes Encarnação)



CT, Praia das Maçãs, 2015



30 agosto, 2015

Justino Alves - A Pintura!

Justino Alves (1940-2015)

Justino Alves, serigrafia, 1989

Justino Alves, óleo s/tela, 1992

Justino Alves, Formas Planas, óleo s/ tela,  2011

















07 agosto, 2015

Sonia e Luís (e também Blaise)


Sonia Delaunay, 1913
encadernação para o livro "Les Pâques" de Blaise Cendrars 























O corpo dividido em duas partes
fechadas
à chave uma na outra, avanço
num duplo coração como se fosse
ao mesmo tempo um só barco por dois rios.

Luís Miguel Nava, Poesia Completa 

06 agosto, 2015

CT, autoretrato, 2015


05 agosto, 2015

Ruy e Pierre

Feliz aquele que administra sabiamente
a tristeza e aprende a reparti-la pelos dias
Podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará


Ruy Belo, O Problema da Habitação

Pierre Boucher, L´eau, 1935


04 agosto, 2015

Harry Callahan, Eleanor, 1948

03 agosto, 2015

Harry Callahan

Harry Callahan, Eleanor, 1948

01 agosto, 2015

Deste lado, contempladores, espera-nos tudo: não há senão que merecê-lo.

Julio Cortázar, Papéis Inesperados



Vincent Desiderio, Hitchcock´s Hands, 2012

pálpebras


     Temos muitíssimas pálpebras e, no fundo, perdidos, estão os olhos. A lista de pálpebras - que continuo a descobrir e a classificar - inclui a instrução primária, o contrato social, a tradição, o culto dos antepassados sem descriminar entre os meritórios e os idiotas, o realismo ingénuo, a vivacidade, o a mim não me enganam, a necessidade de combinar o roupeiro provençal, o cinema e Vasari. As pálpebras são muito úteis porque protegem os olhos; tanto que, afinal, não os deixam assomar para beberem o seu vinho de luz. Otano, com grandes pinças, pôs-se a arrancar pálpebras. Ai, dói; caramba se dói. Quase que faz ver estrelas.

     Os olhos são para ver as estrelas.

Julio Córtazar, Papéis Inesperados

31 julho, 2015

Breton, Eluard, Char

André Breton, Paul Eluard, René Char

30 julho, 2015

la beauté

Colagens de André Breton e de Paul Eluard para 
Le Tombeau des Secrets de René Char