Saul Leiter, Shopper, 1953 |
13 setembro, 2016
12 setembro, 2016
José Miguel Silva
Foi o dia em que um polido agente da autoridade
nos veio buscar a casa para nos interrogar.
Alguém havia assaltado o posto médico
e o medo da vizinhança apontara para nós.
Não sabíamos de nada, mas o nosso luto
(morrera-nos o mundo há pouco tempo)
dizia o contrário. Éramos muito jovens,
tínhamos a boca ferida de insultos. A nossa vida,
coitada, lia muitos livros de aventuras políticas,
sentia-se capaz, dizia, de dar a volta ao mundo
numa barca de cortiça. Não lhe demos confiança.
Após o depoimento ainda passei pela biblioteca
e à noite festejámos a libertação da nossa inocência.
Nunca mais pedimos sal aos vizinhos.
José Miguel Silva, Vista para um Pátio seguido de Desordem
11 setembro, 2016
10 setembro, 2016
I did think
Anna Coleman Ladd
A french soldier wearing a mask made by Anna Coleman Ladd, 1918 (via Library of Congress) |
Masks showing different stages of Anna Coleman Ladd's sculpting, 1918 (via Library of Congress) |
Any
enduring romanticism for war was obliterated by the industrialized
brutality of World War I, from which legions of soldiers returned
disfigured by facial injuries.
One
artist, Anna Coleman Ladd, turned her neoclassical training into a
tool for sculpting new faces for the defaced. (Allison Meier, in Hyperallergic )
09 setembro, 2016
Gastão Cruz
Que farei no outono quando ardem
as aves e as folhas e se chove
é sobre o corpo descoberto que arde
a água do outono
as aves e as folhas e se chove
é sobre o corpo descoberto que arde
a água do outono
Que faremos do corpo e da vontade
de o submeter ao fogo do outono
quando o corpo se queima e quando o sono
sob o rumor da chuva se desfaz
de o submeter ao fogo do outono
quando o corpo se queima e quando o sono
sob o rumor da chuva se desfaz
Tudo desaparece sob o fogo
tudo se queima tudo prende a sua
secura ao fogo e cada corpo vai-se
tudo se queima tudo prende a sua
secura ao fogo e cada corpo vai-se
prendendo ao fogo raso
pois só pode
arder imerso quando tudo arde
pois só pode
arder imerso quando tudo arde
Gastão Cruz, As Aves, Iniciativas Editoriais
08 setembro, 2016
07 setembro, 2016
No rules
06 setembro, 2016
05 setembro, 2016
Marc Riboud (1923-2016)
04 setembro, 2016
José no ar
José Sá, Barberton Valley (Mpumalanga, África do Sul),
setembro 2016
setembro 2016
Hello, sun in my face. Hello
you who made the morning and spread it over the fields...Watch, now, how I
start the day in happiness, in kindness.
Mary Oliver
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J,
José Pinto de Sá,
Mary Oliver,
oxigénio,
poesia
03 setembro, 2016
01 setembro, 2016
31 agosto, 2016
Mauro Pinto
30 agosto, 2016
o bebedor nocturno
CT, exercícios com a noite, abril 2016 |
Fragmento do Cairo
Quando eu a cinjo e ela me abre os braços,
sou como um homem que regressa da Arábia,
impregnado de perfumes.
Herberto Helder, O Bebedor Nocturno - poemas mudados para português
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oxigénio,
poesia,
poesia portuguesa
28 agosto, 2016
ink
CT, pas de deux, abril 2016 |
Ink runs from the corners of my
mouth.
There is no happiness like mine.
I have been eating poetry.
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Cristina Tavares,
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