e as nuvens que eram os meus pensamentos
e os doridos rebentos dos álamos,
meus companheiros nessas estações de seca.
Saudarei de novo a multidão de corvos,
que me trouxeram os seus nobres perfumes,
presentes dos jardins da noite,
e a minha mãe que vivia no espelho
e cuja sombra era a sombra da minha própria velhice.
Saudarei de novo a terra,
que na luxúria de me criar de novo,
enche a sua fogosa barriga de verdes sementes.
Estou a chegar, estou a chegar, chegarei de novo,
com o meu longo cabelo pingando o aroma da poeira,
com os meus olhos impondo a densidade das trevas,
com amoras escolhidas do lado oposto da parede.
Estou a chegar, estou a chegar, chegarei de novo,
e a entrada mais uma vez se encherá de amor
e saudarei os amantes, de pé à porta,
e a menina aí
ainda firme no amor.
(trad. muito livre, CT, dezembro 2019)