09 fevereiro, 2020

Carl Sandburg

(...)
O melhor é o silêncio azul e o cinzento do oeste,
a névoa de outono sobre a margem,
e nada de ódio, nada de amor,
nada que seja profundo, agudo.
Só a paz dum tractor parado no terreiro,
e o trigo novo junto das medas
e as abóboras escondidas nas searas,
fogos trigueiros na escuridão.
Trigueiros luzeiros na nocturna terra.

Aqui sonha um tractor.
Nem amor, nem ódio.
Nada senão sonhos.
Irmãos do crepúsculo e das trevas.

Carl Sandburg, Antologia Poética (seleção de poemas e tradução de Alexandre O'Neill), Ed. Tempo

07 fevereiro, 2020

Shirin Neshat


A imagem pode conter: 11 pessoas, pessoas em pé, céu, multidão e ar livre



A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e ar livre

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, oceano, céu, praia, criança, ar livre, água e natureza

Shirin Neshat, Rapture (film still), 1999

Jan Toorop

A imagem pode conter: ar livre
Jan Toorop, Sol de novembro, 1888

Henri Michaux


06 fevereiro, 2020

Alfred e Georgia

Resultado de imagem para Georgia O'Keeffe carrying her canvas... c.1920 by Alfred Stieglitz
Alfred Stieglitz, Georgia O'Keeffe, c. 1920 



05 fevereiro, 2020

Henri Matisse (cartão e vitral)


H.Matisse, cartão para vitral, 1948










MATISSE  LES ABEILLES
H. Matisse, vitral Les Abeilles,na parede de uma creche,  Cateau-Cambrésis, 1954-55












Henri Matisse

Matisse, Cartaz, 1950


04 fevereiro, 2020

Zygmunt Bauman

A nossa sociedade engendra novos medos. Porque a modernidade, que se tornou «líquida», fez triunfar a perpétua incerteza: a busca de sentido e de referências estáveis foi substituída pela obsessão da mudança e da flexibilidade. O culto do efémero e os projectos a curto prazo favorecem o reinado da concorrência em detrimento da solidariedade e transformam os cidadãos em caçadores ou, pior ainda, em presas. Assim, o presente líquido segrega indivíduos medrosos, habitados pelo receio da insegurança.»
Zygmunt Bauman, Modernidade Líquida

03 fevereiro, 2020

Imogen Cunningham

Imogen Cunningham, Plant, 1930

02 fevereiro, 2020

Yahoi Kusama

Yahoi Kusama, Accumulation, 1962-64

Ben Nicholson


Ben Nicholson, OM, 1934





01 fevereiro, 2020

Edvard Munch

Edvard Munch, Inger (a irmã do pintor), 1892

Edvard Munch,

File:Thuringian Forest by Edvard Munch, Dallas Museum of Art.jpg
Edvard Munch, Thuringian Forest, 1904

31 janeiro, 2020

Edvard Munch

Edvard Munch na sua casa, perto de Oslo, 1944

30 janeiro, 2020

Teresa Amy

POEMA 20

entendi perfeitamente
algum tempo depois, que não sabia
trabalhar o corpo
do texto, nem buscar a espessura
das palavras, nem ser possuído
pelo murmúrio das folhas nem
pela melhor
música inglesa dos anos 70;

entendi que não devia incomodar-me
por não assemelhar-me em nada com Scott Fritzgerald, e
razoavelmente pensei que não devia
incomodar-me por eu (também)
querer ser um farol para
ter, pelo menos, navios
que me mirem
mesmo que nada ilumine:
é um caminho pleno de desastres, des-
astrado,
expliquei


Teresa Amy ( tradução de António Miranda)

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Teresa Amy , Uruguay (1950-2017)

Manuel Resende (1948-2020)


SAI DE CASA

Rasga este poema depois de o leres.
E depois espalha os bocados
Pelo vasto mundo.
Ou então na tua rua, vai à aldeia, à praia,
Atira-o ao mar, deita-o ao lixo,
Para que venha o vento, o sol, a chuva, os homens do lixo,
Acabar com ele de vez.
Passado um dia,
Sai de casa e procura
Encontrá-lo de novo.

Manuel Resende, O Mundo Clamoroso, Ainda

27 janeiro, 2020

Santu Mofokeng

Santu Mofokeng, chasseur d’ombres - Jeu de Paume
Santu Mofokeng, Winter in Tembisa vers 1991




26 janeiro, 2020

Rodin

File:Auguste Rodin Pensee Gsell 203.jpg
Rodin, La Pensée, 1901

25 janeiro, 2020

Lu Lizhi

Engoli uma lua de ferro,
disseram-me que era um parafuso.
Engoli resíduos industriais e fichas de desemprego,
jovens que morreram debruçados sobre máquinas,
engoli trabalho, engoli pobreza
engoli as pontes dos peões e uma vida enferrujada.
Não consigo engolir mais nada
porque tudo o que engulo me volta à boca
e verte para o chão da pátria:
um poema feito de vergonha.


---

Um parafuso caiu no chão
nas horas extra desta noite escura.
Caiu verticalmente, tinindo ao de leve:
ninguém notou,
tal como da última vez,
numa noite como esta
quando alguém tombou no vazio.


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Dizem que sou
uma criança de poucas palavras.
Não o nego
mas,
fale ou não,
nesta sociedade,
estou sempre em conflito.


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Um espaço de dez metros quadrados
apertado, húmido, escuro todo o ano:
é aqui que como, durmo, cago e penso
tusso, tenho enxaquecas, envelheço, fico doente e ainda assim não morro.
Sob esta pálida luz amarela cá estou a fixar o olhar no vazio, a rir-me
como um parvo ando para trás e para a frente, canto baixinho, leio, escrevo poemas.
Sempre que abro uma janela ou uma porta
pareço um morto
a puxar lentamente a tampa do caixão.


Lu Lizhi (trad. Sara F. Costa)

24 janeiro, 2020

Francis Bacon

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Francis Bacon, Study for Self Portrait 1982, 1984