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09 janeiro, 2013
05 janeiro, 2013
04 janeiro, 2013
03 janeiro, 2013
31 dezembro, 2012
Creio
na nudez
da minha vida
E
não me peçam
cartão de identidade
que nenhum outro
senão o mundo
tenho
na nudez
da minha vida
E
não me peçam
cartão de identidade
que nenhum outro
senão o mundo
tenho
Adília Lopes
Etiquetas:
Adília Lopes,
poesia,
poesia portuguesa
30 dezembro, 2012
29 dezembro, 2012
Introdução à poesia
Pedi-lhes que pegassem num poema
e o colocassem em contraluz
como uma transparência colorida
ou encostassem um ouvido à sua colmeia.
Eu disse larguem um rato no poema
e observem-no a tentar descobrir a saída,
ou caminhem dentro do quarto do poema
e sintam as suas paredes por um instante de luz.
Eu desejo que eles pratiquem ski aquático
sobre a superfície de um poema
deslizando sobre o nome do autor até à margem.
Mas tudo o que eles querem fazer
é amarrar o poema a uma cadeira com uma corda
e obter a sua confissão através de tortura.
Começam a bater-lhe com uma mangueira
para descobrirem o que realmente significa.
Pedi-lhes que pegassem num poema
e o colocassem em contraluz
como uma transparência colorida
ou encostassem um ouvido à sua colmeia.
Eu disse larguem um rato no poema
e observem-no a tentar descobrir a saída,
ou caminhem dentro do quarto do poema
e sintam as suas paredes por um instante de luz.
Eu desejo que eles pratiquem ski aquático
sobre a superfície de um poema
deslizando sobre o nome do autor até à margem.
Mas tudo o que eles querem fazer
é amarrar o poema a uma cadeira com uma corda
e obter a sua confissão através de tortura.
Começam a bater-lhe com uma mangueira
para descobrirem o que realmente significa.
Billy Collins
27 dezembro, 2012
Bicicletas quebradas, velhas correntes rebentadas
Guiadores enferrujados lá fora à chuva
Devia haver um orfanato
Para estas coisas que ninguém mais quer
Setembro recorda-me Julho
É tempo de dizer adeus
Se o Verão passou o meu amor permanece
Velhas bicicletas quebradas lá fora à chuva
Bicicletas quebradas, não digam nada aos meus pais
Com todas aquelas cartas enfiadas nos raios
Espalhadas como esqueletos sobre a relva
Rodas que não giram sem a outra metade
As estações passam a correr
E eu que me esqueço todas as vezes
Mas as coisas que me deste ficarão para sempre.
Mesmo quebradas nunca as lançarei fora.
Tom Waits
Guiadores enferrujados lá fora à chuva
Devia haver um orfanato
Para estas coisas que ninguém mais quer
Setembro recorda-me Julho
É tempo de dizer adeus
Se o Verão passou o meu amor permanece
Velhas bicicletas quebradas lá fora à chuva
Bicicletas quebradas, não digam nada aos meus pais
Com todas aquelas cartas enfiadas nos raios
Espalhadas como esqueletos sobre a relva
Rodas que não giram sem a outra metade
As estações passam a correr
E eu que me esqueço todas as vezes
Mas as coisas que me deste ficarão para sempre.
Mesmo quebradas nunca as lançarei fora.
Tom Waits
26 dezembro, 2012
23 dezembro, 2012
"A função da poesia é encantar palavras. Tem outra:
enlouquecer as palavras para que elas transmitam nossos delírios. Tem outra
função ainda, que é a de renovar o idioma. Poesia é a loucura das palavras.
(...) é preciso ensinar que o cheiro do lírio também é branco, (...) O que
informa a palavra poética são nossas memórias fósseis. Nós moramos nas nossas
antecedências. De lá a palavra nos traz. E só a invenção nos retira de
lá."
Manoel de
Barros
21 dezembro, 2012
Knut Odegard
O Tio Knut era
padre.
Era um homem prático, mas para ele
o Latim era Grego.
Morreu depois da reforma, estava
a escavar o local para a sua casa nova
quando o coração deu de si.
Mais um electricista
que um pregador, começava sempre a homilia
dizendo: "Não sou muito de discursos"
e quanto a isso estava certo.
Realmente não tinha muito a ensinar
aos paroquianos, eles tinham seus próprios problemas
com os nascimentos, o amor, com as mortes,
e ele não possuía palavras para tais coisas.
Mas aprendera como consertar
fios eléctricos e visitava as gentes em suas casas
e reparava curtos-circuitos e caixas
de fusíveis com defeito, atarraxava lâmpadas no sítio
e onde quer que ele tivesse estado, havia luz.
o Latim era Grego.
Morreu depois da reforma, estava
a escavar o local para a sua casa nova
quando o coração deu de si.
Mais um electricista
que um pregador, começava sempre a homilia
dizendo: "Não sou muito de discursos"
e quanto a isso estava certo.
Realmente não tinha muito a ensinar
aos paroquianos, eles tinham seus próprios problemas
com os nascimentos, o amor, com as mortes,
e ele não possuía palavras para tais coisas.
Mas aprendera como consertar
fios eléctricos e visitava as gentes em suas casas
e reparava curtos-circuitos e caixas
de fusíveis com defeito, atarraxava lâmpadas no sítio
e onde quer que ele tivesse estado, havia luz.
20 dezembro, 2012
27 novembro, 2012
26 novembro, 2012
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22 novembro, 2012
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