John Baldessari, The Pencil Storie |
20 junho, 2015
18 junho, 2015
já
tentaste praticar o bem
fazendo mal?
já tentaste praticar o mal
fazendo bem?
já tentaste praticar o bem
fazendo bem?
já tentaste praticar o mal
fazendo mal?
já tentaste praticar o bem
não fazendo nada?
já tentaste praticar o mal
fazendo tudo?
já tentaste praticar tudo
não fazendo nada?
e o contrário, já tentaste?
já?
seja qual for a tua resposta,
não sei que te diga.
fazendo mal?
já tentaste praticar o mal
fazendo bem?
já tentaste praticar o bem
fazendo bem?
já tentaste praticar o mal
fazendo mal?
já tentaste praticar o bem
não fazendo nada?
já tentaste praticar o mal
fazendo tudo?
já tentaste praticar tudo
não fazendo nada?
e o contrário, já tentaste?
já?
seja qual for a tua resposta,
não sei que te diga.
Alberto
Pimenta
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14 junho, 2015
13 junho, 2015
09 junho, 2015
mudança na respiração
07 junho, 2015
05 junho, 2015
04 junho, 2015
O que não pode ser dito
Todo o tempo disponível para a desarticulação do dia, para as suas ervas dispersas e para as volúveis nebulosas da areia.
---
Seguir os fugidios trâmites do incomparável. Ser um momento o odor da terra na espessura do vento ou a respiração que vem do fundo das pedras. Ser o ébrio nómada de um fragrante solo repleto de cacos cintilantes.
António Ramos Rosa, O que não pode ser dito
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01 junho, 2015
Não há qualquer luz que embriague tanto
como a brancura. O
que a mulher experimenta é que uma autobiografia só é
desmontável e transportável quando se aprende a arte de
gravar em ar.
Maria Gabriela Llansol, Parasceve
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30 maio, 2015
29 maio, 2015
28 maio, 2015
27 maio, 2015
Georgia e Alejandra
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17 maio, 2015
Cristina Campo
Perceber é reconhecer apenas o que tem valor, apenas o que existe realmente. E o que mais existe realmente neste mundo senão o que não é deste mundo?
Cristina Campo, Os Imperdoáveis
Apesar de tudo amo a minha época porque é a época em que falta tudo e, exactamente por isso, talvez seja o verdadeiro tempo do conto de fadas. E é claro que não entendo com isto a era dos tapetes voadores e dos espelhos mágicos, que o homem destruiu para sempre no acto de fabricá-los, mas sim, a época da beleza em fuga, da graça e do mistério prestes a desaparecer, como as aparições e os sinais arcanos do conto de fadas: tudo aquilo a que certos homens nunca renunciam, que quanto mais os apaixona mais parece perdido e esquecido. Tudo o que se vai procurar bem longe, mesmo com risco de vida, como a rosa de Belinda em pleno inverno. Tudo o que sempre se oculta sob peles cada vez mais impenetráveis, no fundo de cada vez mais horrendos labirintos.
Cristina Campo, Os Imperdoáveis
História maravilhosa do Faraó Miquerinos, condenado pelos deuses a morrer jovem. Aos olhos deles não apresenta qualquer graça a sua doce clemência, que traiu o destino trágico do Egipto após as tiranias de Quéops e de Quéfrem.
E ele manda iluminar os seus palácios e os seus parques com milhares de lanternas.
Das noites fará outros tantos dias e assim viverá doze anos em vez dos seis que lhe restam.
É certamente uma parábola do poeta, desse inimigo involuntário da lei da necessidade.
O que pode fazer o poeta injustamente punido senão transformar as noites em dias, as trevas em luz?
Cristina Campo, Os Imperdoáveis
16 maio, 2015
14 maio, 2015
Alejandra Pizarnik
ela despe-se no paraíso
da sua memória
ela desconhece o feroz destino
das suas visões
ela tem medo de não saber dar nome
ao que não existe
da sua memória
ela desconhece o feroz destino
das suas visões
ela tem medo de não saber dar nome
ao que não existe
Alejandra Pizarnik, Antologia Poética
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