Francisco Tropa, Flores, 2012 |
07 novembro, 2017
05 novembro, 2017
Maria Judite de Carvalho
Josef Albers, s/ título, c.1929 |
Há hoje um cheiro a partir,
um cheiro a não estar aqui,
um cheiro a mar verde-pálido,
de algas soltas, sem raízes.
Estou no cais mas não saí.
Tenho um passaporte inválido
para todos os países.
Maria Judite de Carvalho, A Flor que Havia na Água Parada
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04 novembro, 2017
03 novembro, 2017
01 novembro, 2017
30 outubro, 2017
29 outubro, 2017
sobe uma figura
Um avião aterrava
no meu terror, começar
por haver deus
e depois nem um irmão
com quem trocar canivetes, lâminas.
Mas olha bem no escuro
ao lado de cada verso
sobe uma figura.
Helder Moura Pereira, Mercúrio, 1987
no meu terror, começar
por haver deus
e depois nem um irmão
com quem trocar canivetes, lâminas.
Mas olha bem no escuro
ao lado de cada verso
sobe uma figura.
Helder Moura Pereira, Mercúrio, 1987
Sjaak Kempe, Paul Cézanne'studio |
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27 outubro, 2017
Helder Moura Pereira
Francisco Tropa,Terra Platonica, 2013 |
As emoções deste lado
não são iguais
às emoções daquele
lado, só parecem.
Faz ao contrário, põe
desenhos às palavras,
apaga o risco vertical do caderno.
Helder Moura Pereira, Mercúrio, 1987
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Robert Montgomery
To encounter the work of Robert Montgomery is to make a tender encounter whose tenderness is enhanced by the public, communal quality of his work. To encounter his work is to have your body filled with a sad thunder and your head filled with a sad light. He is a complete artist and works in language, light, paper, space. He engages completely with the urban world with a translucent poetry. His work arrives at us through a kind of lucid social violence. No one has blended language, form and light in such a direct way.
Black and Blue Literary Journal
26 outubro, 2017
25 outubro, 2017
24 outubro, 2017
no fundo do céu
Com o meu cavalo parado sob a árvore coberta de rolas, lanço um assobio tão puro, que não há uma única promessa feita às margens destes rios que eles não cumpram. (Folhas vivas na manhã são à imagem da glória)...
E não é só que um homem não esteja triste, mas levantando-se antes do dia e mantendo-se com prudência no convívio de uma velha árvore, apoiado pelo queixo à última estrela, vê em jejum no fundo do céu grandes coisas puras que dispõem ao prazer ...
Com o meu cavalo parado sob a árvore que arrulha, lanço um assobio mais puro. E paz àqueles que, se vão morrer, não chegaram a ver este dia. Mas do meu irmão, o poeta, tivemos notícia. Voltou a escrever uma coisa muito doce. E alguns dela tiveram conhecimento.
Saint-John Perse, Habitarei o Meu Nome (trad. João Moita)
E não é só que um homem não esteja triste, mas levantando-se antes do dia e mantendo-se com prudência no convívio de uma velha árvore, apoiado pelo queixo à última estrela, vê em jejum no fundo do céu grandes coisas puras que dispõem ao prazer ...
Com o meu cavalo parado sob a árvore que arrulha, lanço um assobio mais puro. E paz àqueles que, se vão morrer, não chegaram a ver este dia. Mas do meu irmão, o poeta, tivemos notícia. Voltou a escrever uma coisa muito doce. E alguns dela tiveram conhecimento.
Saint-John Perse, Habitarei o Meu Nome (trad. João Moita)
W. Eugene Smith, Dream Street, Pittsburg, 1955 |
22 outubro, 2017
20 outubro, 2017
19 outubro, 2017
18 outubro, 2017
16 outubro, 2017
Sophia
Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou deus
Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e me fita
Apenas sei que caminho como quem
É amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco
Sophia de Mello Breyner Andresen, Antologia (Círculo de Poesia, Moraes Editores, 1970)
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Sophia
15 outubro, 2017
14 outubro, 2017
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