"Parece-me muito bem que o romancista descanse de vez em quando da escrita de ficção. É terrível ter de escrever um romance por ano, como acontece a muitos autores, para ganharem a vida ou para não serem esquecidos, caso se mantenham em silêncio. Por muito fértil que seja a sua imaginação, é pouco provável que se consigam lembrar sempre de um tema tão premente que se torne impossível deixar de escrever sobre ele. É igualmente pouco provável que consigam criar personagens diferentes e cheias de vida, que nunca tenham usado antes. Se tiverem o dom dos contadores de histórias talvez consigam produzir uma obra de ficção aceitável, mas só com muita sorte será mais do que isso. Todas as obras de um autor deviam registar uma aventura espiritual do mesmo. Este meu conselho é de perfeccionismo."
Primeiras linhas de
Um Gentleman na Ásia
trad. Raquel Mouta
Tinta da China, 2013
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